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Recrutamento de unidades motoras, como ele afeta seu treino?

Muito se fala na questão do recrutamento de mais unidades motoras durante um treino. Mas em grande parte das vezes, as pessoas não compreendem o que isso significa.

Se apenas executar os movimentos naturais de cada articulação fosse o suficiente para produzirmos bons níveis de hipertrofia, poderíamos todos ter treinos iguais.

Todos sabemos que temos uma série de variáveis envolvidas no processo de hipertrofia e que somente se elas forem bem estruturadas, é que teremos o resultado esperado.

Entre todas as variáveis, o recrutamento de unidades motoras é uma das mais importantes, pois ela está diretamente ligada a questão de ativação muscular.

Para entendermos melhor este conceito, precisamos entender mais sobre a questão da ativação neural de cada exercício. Para isso, precisamos entender mais como funciona nosso sistema nervoso.

Recrutamento de unidades motoras, o cérebro a favor da hipertrofia

Antes de qualquer coisa, precisamos entender que quando nos exercitamos, independentemente da situação, estamos precisando de algum grau de produção de força muscular.

Ao contrário do que muitos pensam, mesmo exercícios aeróbicos e cíclicos, como a corrida ou o ciclismo, tem solicitações de força, mesmo que menores do que em outras atividades.

No caso específico da musculação, temos uma grande necessidade de produção de força, fator que deve sempre ser levado em conta.

Não importa qual seja o grau de exigência de força que é solicitada em uma atividade motora, a fibra (célula) muscular sempre irá produzir sua máxima capacidade de força, em um ato de encurtamento.

Ou seja, se solicitada,  a fibra muscular produz esta ação em sua capacidade máxima (100%) ou então, não irá produzir nenhuma repercussão de tensão de encurtamento (0 %). Isto é conhecido na fisiologia como “Lei do Tudo ou Nada”.

Mas antes disso, é importante ressaltar que a questão das unidades motoras é fundamental, mas não é a única que influencia em seu treino de hipertrofia.

Fatores ligados a questões fisiológicas, metabólicas e hormonais também precisam ser levadas em conta.  

Mas como o foco aqui são as unidades motoras e sua participação no treinamento de musculação, vamos ao que interessa!

Unidades motoras, sua participação é fundamental para a hipertrofia

Qualquer treino de hipertrofia precisa levar em conta o desgaste mecânico provocado pelos movimentos resistidos.

Este é o primeiro passo para que ocorram todos os processos que irão resultar no aumento do tamanho das células musculares. Sem isso, de nada adianta todo o resto.

Desta maneira, quanto mais unidades motoras forem usadas em seu treino, mais ele será eficiente do ponto de vista mecânico.

Mas para que isso ocorra, de maneira correta e eficiente, seu corpo precisa passar por um processo adaptativo. Não estou falando dos processos relacionados ao treinamento em si, mas sim de uma adaptação neural.

Quando você começa a executar um movimento que não é familiar para seu corpo, ele vai usar uma série de mecanismos para realizá-lo.

Como é um movimento novo, várias unidades motoras são acionadas sem necessidade, produzindo um movimento pouco eficiente.

Conforme você vai treinando, seu corpo vai entendendo quais são as unidades motoras que realmente devem ser ativadas.

Com isso, a eficiência dos movimentos passa a ser muito maior, o que produz muito mais desgaste muscular.

De maneira simplificada, este é o processo que faz com que você melhore a solicitação muscular de seu treino com o tempo.

De maneira geral, existem varias maneiras de melhorar não apenas a qualidade da solicitação das fibras musculares, mas também a maneira como elas influenciam na solicitação mecânica.

A utilização correta de mais unidades motoras é o principal fator que faz com que os exercícios multi-articulares sejam mais eficientes para a produção de hipertrofia e de aumento de força.

.Quando você envolve mais de uma articulação, está envolvendo também mais unidades motoras. Com isso, sua capacidade de produzir força é aumentada e o desgaste muscular também.

Leia também: A importância do agachamento livre para ganhos musculares de outros membros

Outro ponto, são as variações dos exercícios. Executar um movimento sempre da mesma maneira, sem variar sua execução e consequente solicitação motora, torna o treino limitado.

Métodos como o Bi-set, tem efeitos superiores justamente porque solicitam unidades motoras diferentes. Com isso, a produção de força e de torque é maior no volume total do treino.

Com isso tudo, fica evidente que precisamos de um treino com estímulos variados, para que o corpo utilize diversos mecanismos compensatórios diferentes e assim, não entre em um platô. Para isso, o acompanhamento de um bom profissional de educação física é fundamental! Bons treinos!

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