Avaliação Física: O que é, tipos e sua importância nos resultados!
Treinar de maneira intensa para conseguir os objetivos em diferentes modalidades é extremamente importante, porém o planejamento e a prescrição dos treinos farão toda a diferença na obtenção dos resultados, respeitando a individualidade biológica de cada praticante.
Mas como seria possível ter certeza se o treino está no rumo correto?Como saber se a prescrição do treino é a correta, de acordo com as necessidades e objetivos do praticante?
As respostas para estas perguntas surgem quando é realizada uma avaliação física.
Sendo assim,este artigo busca explicar o conceito de avaliação, seus pilares, assim como exemplos de testes e protocolos para diferentes finalidades.
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Índice – Informações que você encontrará nesse artigo:
O que é uma avaliação física?
Tanto no ambiente desportivo em suas diversas modalidades, como nas academias, os preparadores físicos, personal trainer e professores de musculação precisam planejar seus treinamentos.
E para poder prescrever esses treinos com maior precisão é necessário coletar dados que serão analisados cautelosamente com a finalidade de decidir qual é a melhor abordagem para determinado objetivo , e qual o melhor instrumento para isso.É esse conjunto de análises que chamamos de avaliação física.
Como a avaliação física pode ajudar a conseguir melhores resultados?
Para conhecer o perfil de quem vai efetuar o treinamento, seus objetivos e possíveis limitações, assim como conhecer o seu grau de aptidão, alguns testes e protocolos são necessários.
Além disso, para poder saber se o treinamento está surtindo os devidos resultados é necessário saber se os métodos e estratégias utilizados precisam ser adequados ou modificados.
Para quem já está treinando, uma avaliação física bem feita pode trazer muitos benefícios no desenvolvimento dos treinos, garantindo um acompanhamento mais eficaz e personalizado.
Quais são os tipos de avaliação física?
Há diversas formas e protocolos para efetuar uma avaliação física e sua escolha dependerá das informações que se deseja sobre o avaliado, podendo ser através de um questionário ou por alguns testes para obter valores, tendo como finalidade mensurar diferentes valências físicas.
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Sendo assim, serão enumerados abaixo exemplos de alguns protocolos e testes que servem como instrumentos para efetuar uma avaliação física.
1. Anamnese
A anamnese é um questionário muito importante para a obtenção de dados de uma pessoa que serão analisados e interpretados, sendo que é a partir dela, que o professor de Educação Física obterá informações para poder prescrever uma periodização de treinamento completa e chegar ao objetivos desejados, seja para hipertrofia, emagrecimento/definição muscular, ganho de força e consequentemente, melhora da performance e vários outras atividade ou esportes.
As principais questões da anamnese são referentes ao histórico familiar, se a pessoa que responde ao questionário é portadora de patologias como diabetes e hipertensão, assim como se já teve lesões osteoarticulares.
É de extrema importância que todo praticante de exercício físico ao entrar na academia responda a estas questões para informar aos profissionais sobre as suas condições ao realizar o treinamento.
2. Avaliação pré participação
Praticar exercícios físicos é muito importante na promoção da saúde e qualidade de vida, porém praticá-los indiscriminadamente pode acarretar vários problemas como lesões, mal súbito, podendo levar o indivíduo até o óbito.
Para evitar ou pelo menos minimizar esses problemas, a avaliação pré-participação tem o objetivo de diminuir o risco de complicações cardiovasculares relacionados a prática de exercício físico, tornando assim a realização das atividades mais seguras e saudáveis.
Segundo as diretrizes da ACSM (2014), com o aumento da intensidade do exercício de leve para vigorosa, os riscos de um mal súbito aumentam, sendo assim está recomenda a utilização de um questionário para avaliar a predisposição e risco de problemas cardiovasculares em seus praticantes.
O questionário PAR-Q (questionário para prontidão em atividade física) muito utilizado nas anamneses das academias é um dos métodos utilizados para poder estratificar estes riscos, assim como o questionário de triagem pré participação.
Estes questionários tratam de perguntas que buscam conhecer as necessidades do indivíduo, se ele precisa ou não de uma avaliação médica antes de efetuar atividade física, principalmente se for informado que este possui fatores de risco para doenças cardiovasculares como:
Para avaliar o individuo também constam no questionário perguntas para saber se este possui sintomas de doenças cardiovasculares como:
Dessa forma, dependendo das respostas, o individuo é classificado como risco baixo, moderado ou alto em desenvolver doenças cardiovasculares e partir disto será decidido se há a necessidade dos exames médicos mais detalhados, assim como a prescrição correta da atividade física para cada caso.
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3. Avaliação de medidas antropométricas
Esta avaliação é a mais comum ao chegar em uma academia e muitos praticantes podem estar habituados com ela.
Neste momento, o professor tira medidas do seu aluno para constatar os resultados obtidos em relação a perimetria, estatura, peso e ainda é efetuada a medição das dobras cutâneas para calcular o percentual de gordura do avaliado.
A perimetria se trata de uma avaliação feita para poder conhecer a circunferência de diversas partes do corpo e dessa forma interpretar os resultados para saber qual o ponto de partida da atividade.
Exemplos de lugares medidos na perimetria :
A avaliação de dobras cutâneas tem como objetivo obter uma estimativa do percentual de gordura no avaliado, onde são mensuradas as dobras de diversas áreas do corpo.
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Para tal, são utilizados diferentes protocolos para obter estes resultados, como por exemplo:
O protocolo de Pollock é muito utilizado, tanto por professores de Educação Física como por nutricionistas para mensurar o percentual de gordura do avaliado.
O método mais utilizado é o de 7 dobras, sendo os principais pontos:
Subescapular, tríceps, peitoral, axilar média, supra-íliaca, abdominal e femural médio.
Por meio da fórmula de Siri é possível obter os resultados, utilizando os dados obtidos.
Percentual de gordura (%BF) = [(4,95/Densidade Corporal) – 4,50] x 100
Já este protocolo utiliza de 4 dobras, sendo estas a do tríceps, subescapular, supra-íliaca e abdominal, por meio da fórmula:
Percentual de gordura (%BF) = [0,153 x (tríceps + subescapular + supra-ilíaca + abdominal) + 5,783]
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4. Avaliação de flexibilidade
A flexibilidade é extremamente importante na prática dos exercícios, assim como nas atividades do cotidiano, pois garante uma maior amplitude de movimento.
Antes de prescrever os exercícios é importante saber o grau de flexibilidade do aluno para conhecer possíveis encurtamentos e desequilíbrios musculares que possam afetar seu desempenho no treino.
Existem alguns protocolos utilizados para mensurar o grau de flexibilidade dos avaliados e estes são:
Este teste consiste em medir o grau de alcance que o avaliado pode obter a partir da flexão do seu tronco.
Para começar, o avaliado deve se sentar no solo, com os joelhos completamente estendidos e flexionar o tronco a frente, de forma a alcançar com os braços estendidos a maior distância possível.
Este protocolo é caracterizado por medir diferentes movimentos de diversas articulações pelo corpo e que pode chegar até 20 movimentos diferentes.
A partir disto, são atribuídos valores referentes aos graus de movimento que vão de 0 a 4 e depois esses valores são somados e comparados na escala do flexíndice para saber o resultado do teste.
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5. Avaliação de força
Para poder determinar com maior precisão a carga que será utilizada nos treinos de musculação é necessário avaliar o grau de força de cada praticante.
Sendo assim, são utilizados alguns protocolos para poder obter estes resultados, conforme lista abaixo:
Teste de uma repetição máxima
Este teste tem como objetivo encontrar o peso utilizado para efetuar uma repetição máxima 1RM, sendo este um teste de avaliação de força dinâmica.
Para tal, geralmente é utilizado um exercício, como o supino, na qual a pessoa avaliada tem que efetuar repetições com determinada carga até chegar ao peso, onde efetue apenas uma repetição.
A desvantagem deste protocolo é que diversos fatores podem interferir nesta avaliação, por exemplo, sono, alimentação e ciclo menstrual. (MATERKO, 2007).
Além disso, também há o risco de lesões, sendo que este não é indicado para iniciantes já que estes não estão preparados para cargas tão pesadas.
Segundo Materko et.al. (2007), também podem ser utilizadas cargas submáximas e por meio destas calcular o percentual de 1RM por meio da contagem das repetições efetuadas com a carga utilizada.
Este teste tem como objetivo avaliar a força máxima estática, no qual se utiliza um dinamômetro para poder obter a força mensurada.
Neste protocolo, é efetuada a contração por um período máximo de 5 segundos no aparelho que mostrará o grau de força estática do avaliado.
Neste protocolo, são executadas repetições por um tempo determinado previamente pelo avaliador, que geralmente vai de 30 segundos a 1 minuto.
A partir do número de repetições, o profissional irá avaliar o grau de força resistência do avaliado.
Os principais exercícios utilizados neste teste são o agachamento, as flexões de braços e os abdominais.
6. Avaliação de potência e capacidade aeróbica
Para poder mensurar o grau de condicionamento aeróbico do praticante é preciso efetuar testes ou protocolos com a finalidade de obter parâmetros necessários para um treino aeróbico mais seguro e eficiente.
O teste de Vo2 máximo é muito utilizado em centros de treinamento para poder mensurar a potência aeróbica de seus atletas e assim conseguir planejar de maneira mais precisa o seu treinamento.
Porém, somente é possível utilizar alguns protocolos em ambientes fechados e com equipamentos mais caros, o que torna mais difícil de ser utilizado por pessoas que não tem acesso aos centros de treinamento.
Todavia,há maneiras de mensurar o Vo2 máximo sem ter equipamentos muito caros que é utilizando fórmulas para obter referências destes valores.
Sendo assim, alguns exemplos de protocolos para avaliar grau de potência aeróbica são:
Esta avaliação é muito utilizada principalmente por preparadores físicos de equipes de futebol e consiste em colocar 2 fileiras de cones, paralelas uma a outra e separadas entre si por uma distância de 20 metros.
Dessa forma, o avaliado deve se deslocar de um cone a outro antes do sinal sonoro (o ritmo é dado por uma gravação), sendo que o teste acaba quando o avaliado não consegue chegar até a marca por duas vezes seguidas ou não ter mais a capacidade de prosseguir.
Sendo assim, este teste desenvolvido pelo dinamarquês JensBangsbo utiliza de duas diferentes fórmulas, uma para iniciantes e outra para avançados:
Teste IR1 VO2 máximo (ml/min/kg = distancia IR1 (m) x 0,0084 x 36,4
Teste IR2 VO2máximo (ml/min/kg) = distancia IR2 (m) x 0,0136 x 45,3
Outro protocolo utilizado por muito tempo para mensurar o VO2 máximo foi o teste de Cooper.
Este teste pode ser realizado em uma pista com distância conhecida, sendo que por 12 minutos o avaliado deve percorrer a maior distância possível.
Sendo assim, o valor de VO2 é obtido pela seguinte fórmula:
VO2 máximo (ml/kg/min) = (distancia – 504,9) / 44,73
Neste teste, o avaliado deverá percorrer a distância de 2400 metros no menor tempo possível, sendo que o VO2 máximo é obtido a partir da seguinte fórmula.
VO2max (ml/kg/min) = (2400 x 60 x 0,2) +3,5
Tempo (segundos)
Mensurar a capacidade aeróbica também é extremamente importante para saber o quanto o organismo pode utilizar de oxigênio em determinada atividade. Um exemplo de protocolo para mensurar isto é:
Assim como a anterior, o protocolo anterior o avaliado irá correr uma distância de 4000 metros no menor tempo possível.
O resultado do limiar aeróbico seria obtido pela seguinte fórmula:
LA= 2,12644 + (0,73328 x velocidade média nos 4000 metros)
7. Avaliação postural
Para poder prescrever de maneira a evitar possíveis desequilíbrios e adequar o treino de forma a amenizá-los ou corrigi-los, é necessária uma avaliação postural.
Desvios como cifose, lordose ou escoliose são exemplos de desvios posturais que podem comprometer a qualidade de vida do praticante e podem aumentar o risco de lesão na prática do exercício físico.
Sendo assim, segundo Santos et.al.(2005),um exemplo deste protocolo de avaliação postural é o desenvolvido pela Portland StateUniversity, como demonstrado no passo a passo abaixo:
O cálculo é feito através da fórmula:
ICP = Pontos (RCP + RCDL + RAQ + RMI) x 100
(25+15+15+20)
Sendo RCP, os valores atribuídos a região da cabeça e tronco, RCDL relativo aos valores da região da coluna e dorsal, RAQ os valores referentes a região do abdômen e quadril e RMI é relativo aos valores dos membros inferiores.
Após serem feitos os cálculos, os resultados são comparados para saber se estão dentro dos padrões aceitáveis, sendo 65% para adultos e 85% para crianças, e assim avaliar a abordagem mais correta em cada caso.
Concluindo
A avaliação física tem como base a coleta de dados que serão analisados pelo profissional de Educação Física responsável, para assim poder prescrever o treino de maneira mais precisa e eficiente para os objetivos de quem treina.
O processo de avaliação física e seus protocolos são utilizados a depender da modalidade e objetivo principal do avaliado, sendo muito importante para obter resultados mais conclusivos.
Dessa forma, antes de se planejar um treinamento adequado, tanto atletas de alto rendimento como praticantes amadores de exercício físico precisam ser avaliados para acompanhar seus resultados, mensurar seu progresso e assim traçar as estratégias corretas.
Seja como preparador físico, personal trainer ou professor de musculação de musculação na academia é importante para o profissional acompanhar periodicamente, quem está sob sua supervisão.
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Bons treinos!
Referências: FUNDAÇÃO VALE. Avaliação Física. Cadernos de Referencia do esporte. Brasilia, vol.11, 2013. MATERKO et.al. Modelo de predição de uma repetição máxima (1RM) baseado nas características antropométricas de homens e mulheres. Rev.Bras.Med. Esporte vol.13 no.1 , 2007. SANTOS et.al. Descrição do método de avaliação postural de Portland StateUniversity. Fisioterapia Brasil – Volume 6 – Número 5, 2005.
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