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Fósseis de preguiça-gigante em perfeito estado são catalogados em SP

Apesar de não ter sido feita a datação de carbono-14 para saber a idade geológica do material, esse Nothrotherium sp. provavelmente viveu entre o Pleistoceno e o Holoceno (de 11 mil anos atrás até o presente). Era um jovem adulto robusto, que tinha em média 2 metros de altura.

Também no Abismo Ponta de Flecha, foram encontrados fósseis de um Eremotherium, outra espécie de preguiça-gigante terrestre, que tem cerca de 4 metros de altura. O material analisado foi um calcâneo (calcanhar) de um indivíduo em fase de crescimento; o artigo foi aprovado e aguarda publicação.

Todas essas espécies de preguiças-gigantes (CatonyxNothrotherium e Eremotherium) não eram arborícolas, como as preguiças que conhecemos hoje. É possível determinar isso pelos tamanhos, improváveis de se manterem em cima de árvores por muito tempo.

A partir desse material etiológico dos animais que viveram no passado é possível pensar como era a fauna do ambiente onde eles viviam. “A implicação que tiramos dos materiais é que é inviável um animal desse vivendo em uma floresta densa, o que é típico de animais muito grandes”, resume Gabriella.

Concepção artística da Eremotherium laurillardi, preguiça-gigante que viveu nas Américas há até cerca de 12 mil anos

Os acervos

O laboratório trabalha com materiais de acervo, peças que foram encontradas em expedições e aguardam pesquisadores especializados para analisar as espécies e fazer a datação.

Para Artur Chahud, “sem elas [as coleções], não fazemos nada”. Apesar de serem materiais recolhidos no passado, eles ainda têm importância no presente, como é o caso da ossada do Nothrotherium que estava esperando há 40 anos.

“Muita gente pensa que museu é um depósito de ‘coisa velha que não serve para nada’, mas essas coleções podem e devem ser estudadas, sob diferentes abordagens, e podem servir para criar conhecimento novo”, diz a professora Mercedes Okumura.

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